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EDUCA SESC 14 2018 CONSIDERAÇÕES FINAIS Há quem diga que mágica não existe. Há aqueles que já não acreditam mais na magia da vida. Geralmente são os sujeitos que se tornaram sérios demais para acreditar em brincadeiras ou em coisas consideradas infantis. Citando Rubem Alves: Mágica não existe! Mágica só existe nos contos de fadas. Engano. Mágica existe sim. Os contos de fadas falam a verdade. A mágica é quando a palavra entra no corpo e o transforma. Desde que nascemos, continuamente palavras vão sendo ditas, elas entram no nosso corpo e ele vai se transformando. Virando outra coisa. Diferente do que era. EDUCAÇÃO É ISTO. O processo pelo qual os nossos corpos vão ficando iguais às palavras que nos ensinam (ALVES, 1994, p.27). Para que o ensino surta seus efeitos, é preciso acreditar que o outro vai aprender. Por isso, a mágica acontece primeiro na mente e em seguida no coração das pessoas. É quando ela se sente tocada, desafiada e, por fim, encantada. Eis a aprendizagem! Eis a transformação! Eis a mágica! Nesse sentido, temos que acreditar na possibilidade de resgatar o valor, a grandiosidade e a magia da arte de educar. E esta precisa começar pelo profissional que está dentro da escola. Afinal de contas, como diz Paulo Freire (1921-1997), “se a Educação sozinha não pode transformar a sociedade, tão pouco sem ela a sociedade muda.” Educar é um exercício mágico quando recebemos o abraço carinhoso de um aluno dizendo: – Profe que saudade! Quando o mundo de alguém se tornou melhor, porque, como professores, produzimos a mágica de fazê-lo acreditar em si e no seu poder de mudança. Educar é um exercício mágico quando, como diz Comenius, “que todos os homens sejam educados plenamente, em sua plena humanidade” (1965, p.16). E educados em todos os aspectos: não para pompa e exibição, mas para a verdade, para serem mais afetivos e sábios, racionais e honrados, verdadeiramente, felizes e abençoados. LILO DORNELES, Pedagogo – Supervisão e Administração Escolar (Feevale) e mágico profissional, também graduado em Sociologia (UNIP) e pós-graduado em Filosofia (UCAM). Tem especialização em Biodança pela Fédération Internationale d’Education Phisique (FIEP), em Foz do Iguaçu/PR, onde reside. Pesquisador e escritor, tem dois livros publicados e dois CDs com coletânea de músicas do folclore infantil e músicas para brincar. [lilodorneles@gmail.com ] [www.educareumexerciciomagico.com.br ] De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Rubem. A Alegria de Ensinar. São Paulo: Ars Poética, 1994. COMENIUS, J.A. Pampaedia. Heidelberg: Quelle & Meyer, 1965. DUCKWORTH, Angela. Garra: o poder da paixão e da perseverança. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2016. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia, Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2000. HARADA, Ricardo Godoy. A Tentativa do Impossível: a arte mágica como tentativa poética da cena teatral (tese de doutorado). Campinas: Unicamp, 2012. KERBER, Roberto. Espiritualidade nas Empresas: uma possibilidade de humanização do trabalho. Porto Alegre: AGE, 2009. KOCKERELL, Lee. Criando Magia. Rio de Janeiro: Sextante, 2009. MANCIOLI, Maurizio. O Executivo Artista: como suas habilidades artísticas podem mudar sua vida e o mundo corporativo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. QUINTANA, Mario. Nova Antologia Poética. 9ª ed. São Paulo: Globo, 2003. Acervo pessoal

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