educaSesc

19 EDUCA SESC 2018 EIXO TEMÁTICO: educação. PALAVRA-CHAVE: sons, corpo e movimento, educação infantil. INTRODUÇÃO Este trabalho consiste em um relato de experiência a partir de pesquisas realizadas com crianças de quatro e cinco anos, da Escola de Educação Infantil do Sesc de Novo Hamburgo, sobre a sonoridade presente em diferentes contextos que permeiam o cotidiano infantil. O objetivo foi observar as relações que elas estabelecem com objetos sonoros como sementes, colheres, latas, potes, vidros, e a manipulação e exploração de alguns instrumentos musicais e também do próprio corpo. REFERENCIAL TEÓRICO Como referencial teórico utilizamos: a Proposta Pedagógica da Educação Infantil do Sesc (2015); a Formação Continuada do Sesc com o arte/educador OS SONS DO COTIDIANO Bincando com as mãos , “nós inventamos a música, profe” POR CAREN FRANCIELE DA FONSECA KUHN DE PARIS, LIANE DA SILVEIRA E MAURA CRISTIANE SANTANA CARNEIRO Diewerson do Nascimento (2018); os trabalhos de Teca Alencar de Brito (2003 e 2010) e de Dulcimarta Lemos Lino (2010); e o trabalho Segni Mossi, de Alessandro Lumare e Simona Lobefaro (2018). METODOLOGIA As vivências musicais foram articuladas e registradas pelas instrutoras pedagógicas a partir de uma metodologia ativa, em que a aprendizagem rítmica e a exploração dos sons que habitam a escola estivessem próximas ao movimento e à corporeidade. Dentre os repertórios que permearam a vivência musical, destacam-se três canções populares estrangeiras: Il coccodrillo come fa (Oscar Avogadro; Pino Massara – Itália); Banaha (Anônimo – Congo/África) e Frère Jacques (Jean-Philippe Rameau – França), levadas ao conhecimento das crianças, dando início à proposta. De acordo com Brito (2003), a ampliação de repertórios com intencionalidade evidencia um outro modo de conhecer e preservar a cultura da humanidade, explorando, criando e ampliando os caminhos e os recursos para o fazer musical atento à diversidade. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foi necessário que, na condição de educadoras, nós tivéssemos a compreensão de que a música pode ser vista como todos os sons que permeiam os nossos ouvidos, inclusive os sons do corpo e o silêncio. Isso também foi sentido pelas famílias das crianças, o que proporcionou um aprofundamento sobre a música na escola, ampliando a compreensão das possibilidades de expressar pensamentos, emoções e diversos sons. Partindo dos pressupostos de que a música é tudo aquilo que produz som ou não, e de que existem momentos de tocar, de esperar, de respirar e de pausar, as crianças começaram a perceber a necessidade de estarem mais atentas aos sons emitidos em nosso cotidiano, na rua, em casa, na escola etc. Sendo assim, iniciamos com momentos de escuta dos sons da natureza presentes no espaço externo da escola, prestando atenção nesse universo múltiplo. Paralelamente, as crianças experimentaram ações com grafismos, poesias, brincadeiras de roda, dança e instrumentos musicais de diferentes culturas. A curiosidade acerca dos sons iniciou um segundo movimento, que contou com a participação das famílias. Perguntamos se possuíam algum instrumento musical em casa, e se poderiam trazer para escola. Aos poucos foram surgindo violões, acordeom, escaleta, pandeiro, berimbau, chocalho, flauta. Alguns instrumentos já tínhamos na escola. As batucadas desordenadas foram compondo uma nova sonoridade, que também contou com apoio das instrutoras como regentes dessa orquestra brincante. Segundo Lino (2010), a musicalidade produzida pelas crianças possui relação direta com a brincadeira, com o jogo e com o barulhar, que com o auxílio dos educadores vão qualificando esses momentos. Um terceiro momento foi a montagem da coleção de objetos sonoros. As famílias também foram convidadas a arrecadar “utensílios do cotidiano” com os quais pudéssemos pesquisar e produzir diferentes sons. Foram trazidos diversos itens da cozinha (pratos, copos, talheres), que somados aos instrumentos musicais da escola proporcionaram uma brincadeira de reconhecimento de altura do som pelo contraste entre graves e agudos e também dos timbres que cada objeto possui. Franciele

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI4Mzk=