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EDUCA SESC 24 2018 observações e escuta atenta dos processos das crianças. Enfim, ações que possam colocar esses adultos numa posição de autoria e responsabilidade pelo seu desenvolvimento profissional, como pontua Formosinho (1984), “ao definir o sujeito epistêmico como ativo construtor do seu conhecimento, obriga-nos a encontrar coerência entre o modelo de formação dos professores(as) e o modelo de atuação pedagógica para o qual os preparamos”. Sabemos que muitos, há muito tempo, vêm falando, escrevendo e pesquisando sobre formação de professores, mas acredito que de real, hoje, ainda pouco avançamos. Especialmente se pensarmos que a relação deve ser entre a formação ao longo da jornada de trabalho e o quanto desse conhecimento esteja refletido na docência diária. A formação ao longo da jornada de trabalho talvez seja uma possibilidade real demudança e de qualificação dos professores e professoras, para que possam questionar as concepções que permeiame definem sua docência cotidiana nas escolas infantis. A escola, com seus espaços, seus tempos, suas participações, suas relações, seus sujeitos e suas aprendizagens deve ser entendida como o próprio conteúdo dessas formações. Assim, possibilita a correlação entre a prática pedagógica e as abordagens teóricas, subsidiando as concepções de criança, de infância, de ser docente, de escola, de currículo e de cultura. Pensar na formação dos professores é pensar num lugar de autoria e de autenticidade, lugar habitado por sujeitos que, emparceria comas crianças, fazema ação pedagógica cotidianamente nas escolas. Os professores são a prática, são os executores de uma docência, mas poucos registrama autoria sobre seus processos. REFERENCIAL TEÓRICO Pergunto: quemmelhor que os próprios professores para falar da ação pedagógica? Porém, para alémde falar, temos que produzir marcas, construir registros, narrar os processos vividos. Segundo o pedagogo italiano Lóris Malaguzzi, precisamos“dar testemunho cultural ou pedagógico de nossa profissão”(HOYEULOS, 2006). (1) E ainda conforme Freire (1996)“a escrita possibilita amaterialização, dá concretude ao pensamento, dando condições de voltar ao passado enquanto se está construindo o presente”(p.22). O exercício da escrita não deveria ser difícil para os educadores, pois atuamemuma profissão que articula diferentes linguagens, que trabalha com práticas de leitura, de escrita artística e literária, com POR KAREN ELOÁ SILVA MOREIRA RESUMO O presente artigo propõe uma discussão sobre a formação continuada dos professores de educação infantil a partir de pressupostos teóricos que consideram que a formação docente tenha como foco de estudo a escola, com suas especificidades, com seu cotidiano e com seus sujeitos. Dessa forma, será possível gerar reflexões e aprofundamento, possibilitando assim uma correlação entre formação e prática pedagógica. Portanto, mesmo que essa seja uma temática discutida há algum tempo, é necessário trazê-la à pauta do dia, já que pouco se avançou no sentido de tornar a escola um lugar de direito das crianças. EIXO TEMÁTICO: educação. PALAVRAS-CHAVE: formação continuada, educação infantil, relações, significados e prática pedagógica. INTRODUÇÃO Discussões sobre a formação inicial vêm provocando reformulações nos cursos de pedagogia a fim de que os currículos dialoguem com documentos oficiais do Brasil, como as Diretrizes Nacionais Curriculares para a Educação Infantil (DCNEI) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O objetivo é que a produção de conhecimento da academia possa realmente subsidiar a qualificação do campo da escola. Nesse cenário, pensar na formação dos professores é um grande desafio que está em pauta há muito tempo, mas que ainda continua atual e importante, porque pouco se avançou para que a formação reverbere nas práticas cotidianas com e para as crianças. O DESAFIO ENTRE A FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES E O DESEJO O objetivo é que a produção de conhecimento da academia possa realmente subsidiar a qualificação do campo da escola. Formação continuada dos professores é entendida como todos os momentos de reflexão e análise de práticas pedagógicas, estudo e leituras de aportes teóricos referentes ao universo do trabalho do educador. Mas também é a provocação de estranhamentos do cotidiano, trocas e contrapontos com outros pares, escritas, narrativas dos percursos vividos na escola,

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