educaSesc

29 EDUCA SESC 2018 em 2017, inseri nos espaços outros objetos que mobilizaram enredos simbólicos, como as Barbies, animais de borracha e alguns carrinhos. Em 2018, nessa nova reorganização, percebi que estar atenta ao grupo que recebemos a cada ano, suas necessidades, interações com o espaço e suas materialidades é fundamental para seguir suas pistas. Porque na ânsia de querer investigar tudo, acabamos “sufocando” nossos grupos, que nem sempre querem fazer pesquisas propriamente ditas, e sim vivenciar o lúdico. O simples fato de construir e reconstruir muitas vezes o mesmo elemento com novas formas e detalhes é uma forma de pesquisa. Foi assim que surgiram na turma desse ano as naves com blocos de madeira e, junto com elas, os registros fotográficos realizados pelas crianças, que, ao perceber que estamos o tempo todo documentando suas experiências, questionam sobre o que estamos fazendo e se desafiam a fotografar as construções dos colegas. Aconteceram também muitas transições de materiais: tiramos algumas coisas, incluímos novas, reestruturamos os espaços o tempo todo. O objetivo é pensar que as crianças precisam de espaço para suas criações e para transitar e criar com o que temos disposto ali. Trabalhar cm essas materialidades me fez repensar as escolhas que estava fazendo para compor os contextos e espaços. Posso afirmar que trabalhar com espaços já estruturados é viver numa zona de conforto, ao contrário de propor essa nova configuração, que desafia crianças e adultos. Percebi que precisamos estar muito mais atentos e, principalmente, que são as crianças quem nos mostram os caminhos para que possamos elaborar planejamentos repletos de significados, com sentido para todos. Não somos nós quem devemos dar os sinais, mas sim elas. Foi ouvindo as falas das crianças que aprendi a olhar a minha prática com outros sentidos. São as crianças que me inspiram a seguir dia a dia. CONSIDERAÇÕES FINAIS Perceber a maneira como os materiais de largo alcance proporcionam momentos de trocas e de investigações faz com que se possa cada vez mais investir nesse tipo de proposta com as crianças da Educação Infantil. Os assuntos vão surgindo tão naturalmente e a interação entre as crianças é tanta que percebemos o quanto vale a pena inovar, afinal de contas é na escola que elas passam a maior parte de seus dias. Sendo assim, precisamos propor sempre algo novo a fim de potencializar as relações entre os grupos. Foram tantas possibilidades de exploração e investigações que nada se repete. A cada dia que passa algo novo surge, atémesmo sobre omesmo tema. Como aprofundamento das criações, ampliando assimo repertório de brincadeiras e interação entre as crianças. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HORN, Maria da Graça Souza. Montaber: o cotidiano de uma creche. Revista do Professor. Rio Pardo: Ano 14 n.53 p.33-37, jan-mar/1998. KLYSIS, Adriana; CAIUBY, Renata; FIGUEIREDO,Vera Cristhina. Construções Lúdicas. Revista Avisa Lá, 2004. Disponível em: <https://avisala.org.br/index.php/ assunto/tempo-didadico/construcoes-ludicas/>. Acesso em: 20 ago. 2018. RINALDI, Carla. O espaço da infância. In: RINALDI, Carla. Diálogos comReggio Emilia: escutar, investigar e aprender. São Paulo: Paz eTerra, 2014. SESC/Serviço Social do Comercio –Departamento Nacional. Propostas Pedagógica Educação Infantil. Rio de Janeiro 2015. BEATRIZ GISELE PALUDO, graduada em Pedagogia pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA – Campus Carazinho), é instrutora pedagógica do Sesquinho Carazinho/RS. [bpaludo@sesc-rs.com.br ]

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI4Mzk=