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47 EDUCA SESC 2018 METODOLOGIA Depois de conversas reflexivas sobre o tema Socioambiental e Cultural com as crianças participantes do PHE, todas aceitaram o desafio de se tornarem“Fiscal Mirim Socioambiental”. Semanalmente, realizam a fiscalização em todos os setores da Unidade Sesc Erechim. Fazem anotações, que serão lançadas em gráficos, com dados sobre luzes acesas em ambientes não ocupados, computadores ligados ociosos, ar condicionado ligado sem necessidade e torneiras abertas. Assim que saem de cada setor, se possível, conversam com os colaboradores sobre a importância desses cuidados e, ao final de cada trimestre, apresenta-se o resultado das visitas. É importante lembrar que durante o Jogos Estudantis do Rio Grande do Sul (JERGS), as arquibancadas do Ginásio Poliesportivo do Sesc ficavam com grande volume de lixo, produzido pelas equipes e pelos assistentes dos jogos. Ao término dos períodos, os Fiscais Mirins Socioambientais iam até o local para a limpeza e conscientização dos usuários. Também desempenhavam outras ações, como limpeza de praça pública e conversas reflexivas com familiares. Após passeios culturais e estudos sobre o centenário do município, realizou-se oficinas de fotografia, acompanhadas da fotógrafa Jaqueline Anhaya e equipe pedagógica. A partir do contato com o universo da fotografia, as crianças foram convidadas a (re)visitarem os diversos cenários de Erechim, propondo enquadramentos e pontos de vista que evidenciam o olhar infantil sobre a cidade. Elas apresentaram uma amostra da diversidade cultural revelada na arquitetura, nas paisagens do cotidiano, nos monumentos históricos e na arte urbana – elementos que contam história do município. As crianças observaram os detalhes encantadores, que muitas vezes passam despercebidos e invisíveis a olhares comuns dos adultos. Valorizou-se a história e o desenvolvimento da “Capital da Amizade”, contextualizando olhares infantis na celebração do centenário que passou e motivando-os ao protagonismo do próximo século. RESULTADOS E DISCUSSÕES O envolvimento dos participantes do projeto é crescente, plausível e significativo na formação de cidadãos conscientes. O engajamento se reflete na sociedade local, conforme depoimentos das próprias crianças e de seus familiares: “Eu gosto de ajudar muito o meio ambiente, pois as pessoas grandes não sabem colocar o lixo na lixeira.” “Fui passear comminha família e recolhi várias latinhas e papéis espalhados pelo chão.” “Se cada um fizesse sua parte e ajudasse a cuidar do meio ambiente, o mundo não estaria assim, com certeza viveríamos muito melhor.” “Tem adultos difíceis de ensinar, a gente conversa, ensina, e eles continuammaltratando o meio em que vivemos e que precisamos preservar.” “Lá em casa, toda a família agora tem o dever de separar o lixo e apagar as luzes quando não tiver ninguém.” “As oficinas de fotografia foram dias que adorei vir no PHE.” “Eu quero fotografar o Vale do Dourado, as paisagens são lindas.” “Esta pessoa limpando é o gari que faz a cidade ficar mais limpa, quero tirar uma fotografia dele.” O resultado desse trabalho, intitulado“Um olhar infantil por Erechim nos seus 100 anos”, ganhou exposição em centros culturais da cidade e também foi atração do 4º Agosto Cultural do Sesc Erechim. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante dos resultados do projeto, nota-se a transformação de atitudes cotidianas, já que as crianças desenvolveram o hábito de cuidar do meio ambiente. Também tiveram contato com conhecimentos interdisciplinares e influenciaram positivamente as pessoas a sua volta. Acredita-se ANY SHEILA MADEIRA, licenciada em Pedagogia – Educação Infantil e Séries Iniciais pela Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), com pós-graduação em Alfabetização e Letramento (Facinter, Curitiba/PR) e em Gestão de Pessoas (Uniplac); mestranda em Educação – Formação de Professores (Funiber). É instrutora pedagógica do Projeto Habilidades de Estudo (PHE) no Sesc Erechim/RS. [asmadeira@sesc-rs.com.br ] LETÍCIA ZABOT Licenciada em Pedagogia pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), com pós- graduação em Educação Infantil e Séries Iniciais (EADCOM). É instrutora pedagógica do Projeto Habilidades de Estudo (PHE) no Sesc Erechim/RS. [lzabot@sesc-rs.com.br ] que a continuidade do projeto contribua para o desenvolvimento humano e para uma sociedade melhor no futuro. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO AMAR, Pierre-Jean. História da Fotografia. Ed. 70. Lisboa, 2001. BARBOSA, Ana Mae T. A Imagem no Ensino da Arte. São Paulo: Perspectiva; Porto Alegre: Fundação Iochpe, 1991. DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9ª ed. São Paulo. MEDEIROS, Monalisa Cristina Silva. Meio ambiente e educação ambiental nas escolas públicas. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n.92, setembro de 2011. PEREIRA, Maria Amélia Pinho. Casa Redonda: Uma experiência em Educação. 1ª ed. São Paulo: Editora Livre, 2013. SIQUEIRA, J.C. de. Ética e Meio Ambiente. São Paulo: Loyola, 2008. ___. Pirenópolis: identidade territorial e biodiversidade. São Paulo: Loyola, 2004. ___. Ética e sustentabilidade ambiental. O social em questão. v.10, n.10. Rio de Janeiro, 2003, p.19-25.
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