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49 EDUCA SESC 2018 do conhecimento e para o desenvolvimento da criticidade em cada um dos educandos. A reflexão sobre direitos e deveres é importante e caracteriza, mais uma vez, a necessidade da educação para a sustentabilidade. Hamze (2012) também acredita que tais mudanças ocorrem quando os indivíduos participam da construção de objetivos e metas que pretendem atingir, quando relacionam e dão significado aos conhecimentos que já possuem e às novas informações obtidas. Reforçando a ideia, o Ministério do Meio Ambiente (2018) enfatiza que todo o ser humano tem o compromisso de preservar o ambiente. Todos têm, dessa forma, responsabilidade socioambiental, seja a empresa, o governo ou o cidadão. Essa responsabilidade pode ser associada ao ser sustentável, caracterizado por consumir produtos confeccionados com a menor quantidade possível de recursos naturais e que sejam passíveis de reutilização ou reciclagem. Ser sustentável é comprar o que realmente é preciso e ampliar o tempo de uso dos materiais sempre que possível. Para ser sustentável é necessário entender a necessidade de mudanças no cotidiano, utilizando menos insumos e gerando menos poluição. A multiplicação dessa necessidade é realizada pela Eco Trilha Sesc, com vivências e oficinas em meio à mata nativa, resgatando hábitos positivos em favor do Meio Ambiente. Esse projeto foi desenvolvido em 2016 pela Atividade de Educação em Ciências e Humanidades do Sesc/RS, contribuindo para a realização de projetos educativos voltados para a sustentabilidade. METODOLOGIA O Sistema Fecomércio-RS/Sesc desenvolve a Atividade de Educação em Ciências e Humanidades, que tem como objetivos a realização de projetos voltados à Educação Socioambiental e ações que visam a troca de experiências e práticas para o desenvolvimento sustentável. Tais ações contribuem para o processo de mudança na relação com o consumo de recursos materiais, com os investimentos financeiros e com o desenvolvimento social de forma harmoniosa (SESC, 2018). A Eco Trilha Sesc é um dos projetos desenvolvidos na Unidade Protásio Alves, localizada no bairro Petrópolis, na cidade de Porto Alegre. O local possui 24 hectares, sendo que 17 são formados por resquícios de mata nativa e sub-bosques recuperados, proporcionando a realização de vivências em trilhas ecológicas, guiadas por uma bióloga. O objetivo é buscar, através do contato direto com a natureza, a prática e a reflexão sobre as ações sociais, econômicas e ambientais. Finalizando as trilhas, desenvolvem-se oficinas ecorresponsáveis como: construção de hortas verticais; reciclagem; separação de resíduos; reutilização de materiais; construção de composteira doméstica, entre outras. As atividades são elaboradas especificamente para cada faixa etária, desenvolvendo-se um trabalho de educação ambiental a partir da promoção de debates, conversas, oficinas práticas e formação de multiplicadores de hábitos ecorresponsáveis. Utilizam-se diversos espaços em meio à natureza para a realização das atividades. As casas de apoio da Eco Trilha foram projetadas com perfil sustentável, construídas a partir da reutilização de diferentes materiais. Há também um atelier com espaço lúdico e acolhedor, no qual são desenvolvidas oficinas práticas como construção de objetos reutilizando materiais, confecção de hortas verticais domésticas e reciclagem e separação de resíduos. As atividades no Espaço Botânico contam com tarefas realizadas diretamente no solo. Hortas orgânicas e composteiras domésticas são exemplos de aulas práticas que fazem parte da Eco Trilha. Habilidades olfativas também podem ser desenvolvidas caminhando pelo jardim de aromas, composto por diversas ervas e temperos, que dão suporte à prática proposta. RESULTADOS E DISCUSSÕES A Eco Trilha Sesc atende mensalmente uma média de 200 pessoas, entre educandos de escolas e universidades. Também são atendidos os colaboradores de instituições empresariais que apresentam uma visão sustentável ou que estão desenvolvendo projetos com o objetivo de mudar hábitos diários para contribuir com a preservação do meio ambiente. Líderes de grandes empresas vêm se posicionando a favor do tema em escala crescente, pois percebem a importância da sustentabilidade para alavancar os negócios e a competitividade no mercado. Corroborando, Almeida (2002) afirma que as ações e decisões tomadas pelos empresários devem ter o foco na eco eficiência, ou seja, o objetivo deve ser produzir mais e melhor, com qualidade e sem desperdício, diminuindo os índices de poluição e o uso de recursos naturais. Do contrário, é possível que diversas empresas não consigam permanecer no mercado, visto que ser sustentável não é mais uma opção, e sim uma necessidade. O consumo desenfreado, o descarte inadequado de resíduos e a retirada incessante de recursos naturais estão causando consequências negativas para o meio ambiente.
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