Relatório Econômico 2020 Perspectivas 2021 FARSUL 100 pelos instrumentos monetários e passa a ser dominada pelo lado fiscal, daí o termo “Domi- nância Fiscal”. O Brasil já começa a dar sinais de aparecimento desta “doença” na economia. O primeiro de- les foi o repasse do “lucro” das operações de swap cambial realizadas pelo Bacen e que foram repassadas para o Tesouro, o que de certa forma é um meio de emitir moeda não-papel. Em seguida surgiram as dificuldades de rolagem da dívida, um aumento constante e preocupante de emissão de papel-moeda e, por fim, declarações do Ministro da Economia sobre risco de inflação no caso de as privatizações não deslancharem. No gráfico a seguir temos o volume de papel-moeda emitido pelo Banco Central atingindo em setembro de 2020 o montante de R$ 354,31 Bilhões, um crescimento de 45,27% em relação ao igual período do ano passado. Gráfico 74 M0 - basemonetária - papel-moeda emitido - fimperíodo - R$ (bilhões) – Emsetembro. Fonte: Banco Central do Brasil As taxas de crescimento anuais habituais eram semelhantes às taxas de inflação, sendo que a média anual de crescimento entre setembro de 2010 e setembro de 2019 tinha sido de 7% a.a., o que demonstra que as emissões em 2020 de fato foram completamente diferentes do padrão usual. 2.1.4.2 Taxa de Juros A Taxa Selic em 2020 atingiu o mais baixo nível histórico, fruto da combinação de diversos fa- tores, como por exemplo, o movimentos dos principais bancos centrais no sentido de redução dos juros, abrindo espaço para baixas maiores em todas as regiões, bem como o arrefecimento da inflação no país e a aprovação de reformas como teto dos gastos e previdência, que criou um controle salutar sobre os gastos públicos. No entanto, a aceleração da inflação, como mostrado no item anterior, o excesso de liquidez ve- rificado na economia brasileira e o aumento dos gastos públicos com o desenfreado aumento da Dívida/PIB, devem forçar o Banco Central a aumentar a Taxa Selic ao longo do próximo ano, seja por razões monetárias, seja pela necessidade de rolar a dívida. 2010.09 2011.09 2012.09 2013.09 2014.09 2015.09 2016.09 2017.09 2018.09 2019.09 2020.09 131,59 142,01 160,60 175,86 192,20 196,01 209,29 218,72 235,68 243,90 354,31
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