Para os contracultos – os adeptos da contracultura – mitos são tão im- portantes quanto os fatos. O livro que você tem em mãos contribui para a mitificação de um acontecimento: a história de um determinado bar/ casa de shows que existiu na Porto Alegre dos anos 1990. Esta narrativa começou a ser escrita em 2004 e, após uma longa pausa, foi finalizada em 2008, quando passei a publicar o texto num blog (ele ainda está lá, em algum limbo da internet) e a participar do programa Talk Radio, apre- sentado por Kátia Suman, na rádio Ipanema FM. A cada sexta-feira, por volta das 13h, entrava ao vivo, por telefone, lendo trechos dos capítulos que depois subiriam para a rede. Essa experiência folhetinesca pós-mo- derna que consistia na leitura semanal dos textos, postagem dos capítulos e então diálogo com os leitores/ouvintes, através de comentários no blog, foi pra mim uma interessante vivência coletiva da literatura. Fui meu próprio editor e pouco alterei o texto original que começou a ser produzido há dez anos e trata de supostos acontecimentos ocorridos há vinte, uma época em que as tecnologias disponíveis eram muito dife- rentes – como você irá notar sempre que um personagem usar uma ficha telefônica ou se referir a uma fita vhs. Agradeço aos amigos Alessandra Marder, Gustavo Spolidoro e André Czarnobai que emprestaram suas vozes para esta narrativa; ao Daniel Galera que conseguiu colocar em seu prefácio toda a emoção que fal- ta no meu texto; e ao Diego Medina, cujo traço lisérgico acrescentou mais uma camada de sentido (ou falta de) nessa história muito louca; ao Vitor Mesquita, por ter insistido mais uma vez; ao Onir de Araújo, pelo empréstimo do refúgio em São José dos Ausentes, onde terminei os últimos capítulos; e à Fernanda Médici por um dia ter me feito pro- meter que iria escrever essa história. Agradeço à Garcinha (Marcela Leal) por tanto amor. Este livro é dedicado ao meu amigo Ricardo, parceiro na aventura. Abril de 2014.
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