Revista Sesc Arte e Educação 2024
10 Revista Sesc de Arte Educação vol.4 2024 Paisagem e cultura: uma perspectiva da arte pública na educação inclusiva Rosely Kumm Graduação em Artes Visuais pela Universidade Federal do Espírito Santo; Pesquisadora do Laboratório de Pesquisa e Extensão em Artes - LEENA/ UFES; Voluntária da APAE - DM. Lattes: 4579476998031846. Resumo: Todas as manifestações humanas em que os povos expressam carac- terísticas particularmente simbóli- cas, de ser, viver e estar no mundo, constituem sua cultura. Intrínseco à paisagem, essas características simbólicas expressam-se no todo: na linguagem, na arte, no tempo e no espaço, captadas não apenas vi- sualmente, mas também de forma sensível por meio dos sons, cheiros e cores que, por sua vez, criam memó- rias afetivas. Nesse sentido, a educa- ção patrimonial cria um espaço edu- cativo de construção e preservação da identidade social, promovida não apenas em ambientes formais de educação, mas também em institui- ções com as APAEs, voltadas para educação inclusiva e a garantia dos direitos da pessoa com deficiência física, mental ou múltipla. Diante dis- so, este estudo que se insere como proposta de pesquisa desenvolvida no Laboratório de Pesquisa e Ex- tensão em Arte - LEENA/UFES, tem como locus de ação a APAE da cida- de de Domingos Martins, no Espírito Santo, cujo principal objetivo foi criar estratégias para direcionar práticas artísticas voltadas para a arte públi- ca contribuindo no processo de ensi- no-aprendizagem na arte. Os resulta- dos obtidos aproximaram o público de pessoas com deficiência, da arte pública, possibilitando a construção de conhecimentos a partir das me- mórias locais. Palavras-chave: Paisagem; Arte pública; Arte edu- cação; Educação patrimonial; Arte na APAE. Introdução: Uma paisagem possui uma série de características subjetivas que são indefinidas, adquiridas a partir da experiência sensível. Nesse sentido, essa pesquisa propõe que, pela óti- ca de determinados autores, a ideia de paisagem possui características sensoriais, adquiridas a partir da ex- periência sensível, que isso contribui para a construção gradual do sentido espacial. Para o autor Javier Made- ruelo, a paisagem “não é uma coisa [...] tampouco é a natureza” , mas um emaranhado constructo de diversas variáveis sensíveis, psicológicas e afetivas que são elaboradas na men- te humana, através dos fenômenos culturais de acordo com o tempo his- tórico e ambiente específico (MADE- RUELO, 2006, p.17). Outro autor relevante nesta pes- quisa é Yi-Fu Tuan, pois seus estudos evidenciam que o espaço experi- mental está relacionado com a for- ma em que o ser humano interage com o ambiente e seus elementos, sendo tanto objetos inanimados que possuem valor afetivo para al- guém, quanto as pessoas que tam- bém convivem neste mesmo espa- ço, com quem desenvolve-se uma relação afetiva. Segundo Tuan, “o espaço transforma-se em lugar à medida que adquire definição e sig- nificado (TUAN, 1983, p.151)”. Nesse sentido, é interessante observar a influência que a arte pública pode exercer sobre a construção do sen- Escute o artigo
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