Revista Sesc Arte e Educação 2024

11 Revista Sesc de Arte Educação vol.4 2024 tido espacial, pois elementos inani- mados como monumentos, também podem despertar sentimentos afeti- vos em relação aos espaços. Na história da arte é possível analisar que a trajetória da ideia de paisagem comunicada ou mesmo como suporte de criação, se estende por várias tendências e movimentos artísticos. No entanto, ela se volta para a produção artística pública de cunho histórico e patrimonial que, ao ser inserida no espaço cotidiano, representa um marco memorial da cultura local, adicionando uma nova narrativa à paisagem já existente. Uma obra de arte pública somente se torna parte da paisagem quando for capaz de interpor-se no ambien- te (sendo aceita pela população), e suficientemente consolidada como elemento legitimador na e da cultu- ra local. Através dessa interação, a obra transcende o seu próprio cará- ter físico para se tornar uma expres- são da identidade da comunidade que a acolhe. Nesse sentido, José Cirillo (2015) destaca que cada in- divíduo constrói uma relação com o espaço experimental que lhe confe- re uma imagem mental (uma memó- ria), que por si só tem a capacidade de desenhar a identidade do lugar. Essa imagem mental pode envol- ver a obra de arte pública (CIRILLO, 2015, p. 211). Metodologia: Este estudo, fundamentado nas interseções entre paisagem, arte educação e arte pública, avança na prática ao situar-se no contexto da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) do município de Domingos Martins no Espírito Santo. Logo, a pesquisa se estende para um estudo de caso na qual as questões estudadas têm, no am- biente de educação inclusiva, uma fonte de dados onde a pesquisado- ra se insere diretamente no espaço da APAE. A análise dos dados se deu pela experiência a partir da ob- servação, compartilhamento, e da apresentação de propostas didáti- cas que abordaram a obra “Os Dan- çarinos”, do artista capixaba Hipólito Alves , encontrada na Praça Arthur Gerhardt, no centro de Domingos Martins. Desenvolvimento: Quando direcionamos esse conte- údo para a área da educação, desta- camos a autora brasileira Ana Mae Barbosa que afirma que a alfabetiza- ção do olhar possibilita uma leitura de mundo que possui relevância na formação do sujeito para sua atua- Imagem da Praça Arthur Gerhardt, no centro da cidade de Domingos Martins (ES) com destaque para a obra “Os Dançarinos” do artista capixaba Hipólito Alves. Fonte: Acervo da autora.

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