Revista Sesc Arte e Educação 2024

17 Revista Sesc de Arte Educação vol.4 2024 não escolar, no bairro Cavalhada, em Porto Alegre/RS, no âmbito de um projeto social que atende crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, no con- traturno das atividades escolares. As aulas de teatro foram realizadas se- manalmente, no período de fevereiro a maio de 2023, com um grupo de adolescentes participantes do pro- jeto. A pesquisa reuniu cenas, frag- mentos de escritas, falas e imagens e o principal conceito abordado foi emancipação. Nocampodo teatro, os principais autores estudados foram Augusto Boal, Julian Boal e Jorge Dubatti. Na filosofia e na educação as principais inspirações partem de Jacques Rancière, Paulo Freire e Bell Hooks. Junto à dissertação foi de- senvolvido um produto artístico edu- cacional com 4 episódios de pod- casts (2) , voltado para docentes de teatro, com o objetivo de contribuir para suas práticas em contextos es- colares e não escolares. Desenvolvimento: É relevante ressaltar nossa esco- lha por usar o termo educação não escolar em vez dos mais usuais, como educação não formal (aque- la que ainda acontece de forma in- tencional e formativa, mas fora dos ambientes escolares) ou educação informal (aquela que acontece no cotidiano das pessoas, nas relações e interações com os outros e com o mundo). Entendemos que as formas de nomeação atribuem níveis e hie- rarquizações nas práticas educacio- nais e nas diferentes formas de en- sinar e aprender. Ou seja, buscamos valorizar a potência e a importância da educação produzida em tempos, espaços e formas não escolarizados, na “defesa de uma educação escolar e não escolar – que sejam diferen- tes, porém complementares” (VIAN- NA et al., 2020, p. 586). No contexto da pesquisa realiza- da, os adolescentes participantes do projeto social estão incluídos no chamado grupo de pessoas margi- nalizadas e que sofrem os reflexos das opressões, não somente no que diz respeito às questões materiais, como a falta de direitos básicos, como moradia, alimentação, cultura, educação, lazer, dignos de qualquer cidadão. A sujeição atinge também as suas existências, quando são con- dicionadas à invisibilidade e à infe- rioridade. Essa “ontológica vocação 2 O produto educacional está disponível neste link https://abrir.link/UZJAB Adolescentes participantes do projeto

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