Revista Sesc Arte e Educação 2024

24 Revista Sesc de Arte Educação vol.4 2024 Criando o nosso próprio impressionismo Ana Carolina Chini Graduanda em Artes Visuais: licenciatura na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs). Carmen Lúcia Capra Professora Adjunta na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), atuante na Graduação em Artes Visuais: licenciatura e no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED). Escute o artigo Resumo: O artigo apresenta o estágio cur- ricular obrigatório ao Curso de Artes Visuais: licenciatura da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul em uma escola pública de Porto Alegre, com turmas do Ensino Médio, sobre o movimento impressionista. Apre- senta como a história das artes vi- suais foi praticada com as turmas, explicitando uma metodologia aliada ao imaginário de jovens na ressigni- ficação e presentificação do impres- sionismo. Considera que adentrar as ranhuras do impressionismo para além da História da Arte requer uma artesania no planejamento para ge- rar algo novo com os estudantes. Palavras-chave: Impressionismo, artes visuais, en- sino médio, estágio curricular, ressig- nificação. Jovens docentes e o ensino de história da arte: introdução e contexto: A história oficial das artes visu- ais está sendo desassossegada por narrativas que condizem com a plu- ralidade de formas de existência no mundo. A narrativa mais foi contada até agora foi a da Europa Ocidental, conforme demonstra a pesquisa “A História da _rte” (1) , (MORESCHI, 2017), a partir das bibliografias mais estudadas em graduações de Artes Visuais no Brasil, concluindo que a maioria dos autores são homens brancos e europeus. Sendo assim, olhar de um outro jeito para essa “História da Arte” nas escolas é uma atitude importante. O modelo de sociedade colonial é muito bem representado através dos movimentos europeus até o sé- culo XX e a arte contemporânea de- colonial opõe-se a isso, repensando os moldes de configuração do mun- do e recontando a história com as narrativas negadas. Contar outras histórias pode ocorrer a partir da es- cola, apropriar-se delas e transfor- má-las em histórias menos injustas seria uma maneira de subverter a hierarquia. A simplificação da Arte na Base Nacional Comum Curricular e as dificuldades incidentes sobre essa profissão no país parecem conduzir futuros docentes a nadarem junto com essa maré, descartando co- nhecimentos considerados acadê- micos ou complexos demais para a escola. Ao agir assim não estaría- 1 Ver mais sobre a pesquisa “A História da _rte” em: https://brunomoreschi.com/Historia-da-_rte. Acesso em 13 de dezembro de 2023.

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