Revista Sesc Arte e Educação 2024

7 Revista Sesc de Arte Educação vol.4 2024 um documentário com os alunos da EJA, no entanto, a obra foi realizada pela equipe do projeto, e não pelos alunos. Ainda assim, essa experi- ência foi muito bem recebida pelos estudantes, pois, por meio de depoi- mentos, puderam registrar outras atividades realizadas nas disciplinas de Linguagem e, de forma breve, tra- çar seu histórico e seus sentimentos de pertencimento ao curso e à insti- tuição. O curta-metragem, intitulado “Me Conta uma História?”, está dis- ponível no site memoria.ifrs.edu.br ( 2) . Esse breve relato é necessário para contextualizar a experiência deste ano e serve como um lembrete de que toda vivência escolar faz parte de um processo contínuo, sendo ma- téria-prima para as práticas futuras. REPENSANDO VIVÊNCIAS COM IMAGENS NA ESCOLA Em um cenário semelhante ao do ano anterior, mas agora no formato de projeto de extensão, foi necessá- rio repensar as práticas para ampliar a participação do público e potencia- lizar a experiência estética, de modo que uma mesma ação pudesse ser redescoberta em diferentes con- textos, dentro e fora da escola, mas sempre valorizando a produção ori- ginada no ambiente escolar. Assim, decidiu-se trabalhar com fotografia, tendo o entendimento de que é uma linguagem mais acessível e de fácil finalização em comparação ao cine- ma. Inicialmente, a ideia foi desen- volvida por meio de um concurso, no qual 30 pessoas, entre alunos e ser- vidores, participaram enviando cerca de 70 fotografias realizadas dentro da escola. Essa ação resultou em uma exposição, porém, constatou-se que a natureza dos concursos, por vezes, se mostra limitadora do pro- cesso criativo, devido à imposição de prazos, temáticas e formatos pré- -determinados. Foi então que surgiu a ideia de uma segunda exposição, organizada a partir de passeios fotográficos re- alizados pelos alunos durante o pe- ríodo de férias de inverno. Diferente- mente do concurso, essa nova ação era de temática livre, com a única recomendação de que os participan- tes fotografassem aquilo que lhes chamasse atenção, permitindo to- tal liberdade de expressão. O resul- tado foi o envio de 130 fotografias, das quais 108 foram selecionadas e impressas no formato 10cmx15cm para a exposição. O recebimento das fotografias e a montagem do painel fotográ- fico marcam o início da segunda fase da ação. Junto às fotografias, há um caderno no qual o público é convidado a escrever pequenas nar- rativas em formato livre, a partir de suas impressões visuais da exposi- ção. Também foi disponibilizado um endereço de e-mail, caso houvesse interesse de enviar sua história por áudio. Entende-se que cada pessoa, com seu universo rico de imagens, realiza uma leitura única, influen- ciada por suas próprias experiên- cias e repertórios (PERUFFO, 2021). Assim, a prática visa despertar um sentimento de alteridade em relação à criação artística do outro (BERGA- LA, 2008), além de promover uma NO FINAL DE UM DIA CORRIDO DE UMA ROTINA PESADA, OLHO PELA JANELA DO CARRO E AQUELE ESPETÁCULO ACALMA A MINHA ALMA E EU TENHO CERTEZA QUE O DIA VALEU A PENA. 2 Assista ao curta-metragem, no site - https://memoria.ifrs.edu.br/audiovisual/me-conta-uma-historia/

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