Revista Sesc Arte e Educação 2024

9 Revista Sesc de Arte Educação vol.4 2024 primeira de muitas outras iniciativas semelhantes. Espera-se que a escola possa criar um acervo dessas ima- gens, devidamente catalogadas com seus autores, para que sejam utiliza- das por professores de diversas áre- as do conhecimento, interessados em despertar a curiosidade e produ- zir conhecimento junto aos educan- dos, a partir das suas experiências subjetivas de mundo. cultural. Para nossa surpresa, al- guns estudantes não se limitaram a escrever histórias, mas também tra- duziram suas vivências por meio de desenhos no caderno. Já no Instituto Federal, a propos- ta é que os professores das áreas de Linguagens utilizem a exposição como recurso pedagógico, apro- priando-se das imagens e dos textos já escritos, além de explorar novas dinâmicas com os estudantes do En- sino Médio Integrado e da EJA. Considerações finais: A proposta trouxe a experiência de conciliar as energias criativas de dife- rentes grupos em momentos distin- tos, alémde demonstrar a capacidade de reinvenção, caracterizada por um processo em constante evolução, que pode ser ampliado ou segmentado de acordo com a criatividade dos parcei- ros que se unem à escola. Conside- rando que muitos dos fotógrafos não foram os mesmos que escreveram as histórias, o trabalho com fotografia e escrita ampliou o leque de sensibilida- des, atraindo um número maior de es- tudantes e despertando em todos os envolvidos a percepção de que, diante de uma obra artística, ninguém é ape- nas um espectador passivo. Essa experiência tem se mostrado um verdadeiro laboratório, onde cada nova interação provoca reações em cadeia, instigando a ressignificação contínua das fotografias, narrativas e desenhos em atividades futuras, conferindo um caráter processual ao projeto como um todo. Essa qualida- de, por sua vez, pode sempre ser ex- plorada por educadores e produtores culturais ao escreverem seus planos de aula e projetos. Por fim, vislumbra-se que essa produção fotográfica coletiva seja a tados em folhas avulsas anexadas ao módulo, junto às fotografias. A primeira fase da exposição ocorreu durante a Semana de Foto- grafia promovida pela Unidade de Artes Visuais da Secretaria de Cultu- ra do município. Em seguida, a proposta é que a exposição permaneça ummês na es- cola e depois 15 dias no saguão da prefeitura. Em cada espaço por onde a exposição passa, o público é incen- tivado a ler e a contribuir com novas narrativas, a partir de sua experiência singular e emancipada com as ima- gens (RANCIÈRE, 2012). No Centro de Cultura Ordovás, primeiro local da exposição, o caderno recebeu histórias de um público variado, in- cluindo muitos estudantes do Ensino Fundamental de outras instituições que visitam regularmente o espaço REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERGALA, Alain. A hipótese-cinema: pequeno tratado de transmissão do cinema dentro e fora da escola. CINEAD-LISE -FE/ UFRJ: Rio de Janeiro: Booklink, 2008. DIDI-HUBERMAN, Georges. Que emoção! Que emoção? São Paulo: 34, 2016. DUARTE, Rosália. Cinema e educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. FRESQUET, Adriana. Cinema e educação: reflexões e experiências com professores e estudantes de educação básica, dentro e “fora” da escola. Belo Horizonte: Autêntica, 2013. PERUFFO, Gabriela do Amaral. Sobre repertório, professores e cinema: o manejo do repertório de filmes de professores de história na composição de suas aulas. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2021. RANCIÈRE, Jacques. O espectador emancipado. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012. VEBBER, Rafael. Me conta uma história. Instituto Federal do Rio Grande do Sul, 2023. Disponível em: https://memoria.ifrs.edu . br/audiovisual/me-conta-uma-historia/. Acesso em: out. 2024. Visitantes. Acervo do autor.

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