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18 Ele é lembrado pela genero- sidade e pela humildade, e sua referência segue presente em Pelotas. Especialmente no Mercado Central, onde um dos pátios recebeu seu nome, e no Conservatório de Música, com uma cadeira em sua homena- gem. Avendano Júnior foi uma das figuras mais célebres do chorinho no Brasil. Autodidata no cavaquinho, trocou corres- pondências com o compositor brasileiro Waldyr Azevedo, grande nome do chorinho de todos os tempos, que gravou composições do pelotense e o rações. Avendano faleceu em 2012 e, no ano seguinte, o bar fechou. “Dentro do Liberdade, ele era uma figura central que ligava tudo. Não apenas por ele ser um músico de nível técni- co excelente, mas por possuir uma alma de artista. Por ser aquela figura carinhosa com todos e muito humilde”, expli- ca Cíntia Langie, uma das dire- toras do longa-metragem. Para Rita Avendano, viúva do músico, as homenagens se- guem enaltecendo importân- cia e a contribuição do músico. “Avendano tem recebido mui- tas declarações e homenagens póstumas. Isso me enche de fe- licidade, porque relembra não apenas a parte musical, mas a pessoa que ele foi, com o cari- nho e a gentileza que ele tinha com todos que dele se aproxi- mavam”, afirma. Rita começou a reunir ma- teriais sobre o marido quando ainda namoravam. E mantém, em sua casa, toda a coleção, in- cluindo a partitura emoldura- da de Assim traduzi você , músi- ca que ele compôs para ela no Liberdade. Em Pelotas, o 19 de novembro é reconhecido como o Dia Municipal do Choro, data de nascimento de Avendano Jr. Parte do acervo Rita Vendano, que foi digitalizado pelo projeto de projeto de pesquisa “Avendano Júnior a tradição do choro em Pelotas” (PRPPGI/UFPel). Íntegra do documentário musical O Liberdade . Dirigido por Cíntia Langie e Rafael Andreazza e contando com o trabalho de uma grande equipe, foi realizado pela produtora Moviola Filmes em 2011, na cidade de Pelotas. JOAQUIM ASSUMPÇÃO AVENDANO JÚNIOR Pelotas, 19 de novembro de 1939 Pelotas, 15 de junho de 2012 convidou para participar de seu grupo. Avendano prefe- riu seguir na cidade, fazendo apresentações com o Regional Avendano Jr., grupo formado com o violonista Milton Alves e outros instrumentistas. Desde 1974, eles se apresentavam no bar Liberdade, local que se tor- nou tradicional do choro. O documentário O Liberda- de foca sua narrativa na figura de Avendano e conta, através de depoimentos de músicos, dançarinos e frequentadores fiéis, a importância do choro e do bar que reunia pessoas de diferentes classes sociais e ge-

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